DESTINATÁRIO DESCONHECIDO
COLÓQUIO
19 DE FEVEREIRO DE 2016
PORTO, CASA DAS ARTES, 18H
COLÓQUIO
19 DE FEVEREIRO DE 2016
PORTO, CASA DAS ARTES, 18H
PROGRAMA | PROGRAM
Destinatário desconhecido Eduarda Neves Aru Kuxipa Ernesto Neto Ni de uno de ni de otro. La presencia no tiene signo Alberto Ruiz de Samaniego A armadilha da luz Fernando José Pereira A memória – um campo de batalha Manuel Loff Tofinous et Lébous: entre récit autochtone et résistance spatiale Monica Coralli Moderação | Chair Nuno Rodrigues |
DESTINATÁRIO DESCONHECIDO
Com esta designação procuraremos situar o debate em torno das várias mistificações do Outro, seja ele político, sexual, clínico, cultural ou étnico e a cuja celebração assistimos desde as últimas décadas do século passado. Como lugar mítico da alteridade, este DESTINATÁRIO DESCONHECIDO, afigura-se, não raras vezes, como uma construção teórica do artista, do historiador, do filósofo, do crítico, atravessando as suas próprias agendas, representações e enunciados. Em Exposições e Bienais, Encontros, Estudos e Debates académicos financiados, o Outro, sustentando cada vez mais o espaço do mercado emergente, parece aí ter encontrado o seu lugar recodificando significados e inscrevendo-os em novas identidades. Memória e escrita da História conferirão corpo à temporalidade. Da crítica a uma arte etiquetada, designada, entre tantos exemplos, como arte brasileira, asiática, africana, pós-colonial, à construção social da memória da opressão ou a questões identitárias e jogos espaciais em duas capitais africanas, procurar-se-á ainda pensar, como dizia Tristan Tzara, em que medida “a arte torna a vida mais interessante que a arte”. Como um cartão-postal, pretendemos tornar o discurso exterior a qualquer forma binária. Não se trata da defesa de um Outro absoluto mas de pensar um DESTINATÁRIO DESCONHECIDO, sem direcção precisa, sem nacionalidade. Como a Arte, como a Vida, como um Igual. |
UNKNOWN RECIPIENT
With this designation, we will seek to focus the debate around the various mystifications of the Other, be it political, sexual, clinical, cultural or ethnic and whose celebration we witness since the last decades of the previous century. As mythical place of otherness this UNKNOWN RECIPIENT often seems as a theoretical construction of the artist, historian, philosopher or critic, crossing through their own agendas, representations and énnoncés. In exhibitions and biennials, meetings, studies and funded academic debates, the Other, claiming more and more the space of the emerging market, there seems to have found its place, recoding meanings and inscribing them in new identities. Memory and the writing of History will confer body to temporality. From criticism to a tagged art, designated, among many examples, as Brazilian, Asian, African, Post-colonial art, to social construction of memory of oppression or to identity issues and spatial games in two African capitals, we will furthermore seek to question to what extent "Art makes life more interesting than art", as Tristan Tzara used to say. Just like a postcard, it will be our intention to deviate external speech from any binary form. This does not concern the defense of an absolute Other but, instead, has to do with reflecting upon an UNKNOWN RECIPIENT, one without precise direction, without nationality. Just like Art, like Life, like an Equal. |